Sou intolerante com a intolerância



No calor da corrida eleitoral em 2012, uma pessoa me chamou no bate-papo do Facebook e fez o infeliz comentário que ilustra esta postagem. Como é uma postura que abomino com as vísceras sequer dei resposta ao comentário. E o fiz por princípio. Por valores que hoje, mais do que nunca, tenho certeza que são elevados e me colocam em patamares mais altos do que deste ser que perdeu tempo em me relatar algo desta natureza (perdoem-me se pareço arrogante neste momento).

Sou evangélico por opção e tomei esta decisão pessoal aos 11 anos, quando fui batizado conforme sacramento da igreja protestante. Estudei até a 4ª série do Ensino Fundamental (antes, Primeiro Grau) na Escola Santa Ângela, em Ilhéus/BA, dirigida por uma Madre Superiora que jamais tirava o hábito. De modo que no horário do recreio, era comum termos a sua figura passeando entre as crianças com sua presença imponente de Madre.

Meu pai integrava o Conselho de Pais e Mestre e, mesmo sendo líder evangélico, tinha prioridade nas reuniões graças ao excelente relacionamento que sempre manteve com a irmã Maria Clara. Este contexto religioso forjou em mim uma visão de que as discordâncias doutrinárias sobre questões religiosas não podem, sob pretexto algum, serem utilizados como motivo para eu atuar contra uma pessoa.

Se alguém é evangélico, por exemplo, não lhe deve ser cerceado o direito de postular uma cadeira no poder executivo municipal, estadual ou federal. O mesmo digo para um espírita kardecista, umbandista, budista, católico ou qualquer outra. Uso o mesmo princípio no tocante aos ateus. Ainda que eles não creiam em Deus como eu, não é isso que vai me fazer lutar pela sua não eleição a qualquer função pública. Irei sempre discordar do ateísmo, mas não tentar desqualificar um ateu. O mesmo para os membros de outras religiões.

Hoje, trago isso à tona porque o ser que teve a infelicidade de me escrever isso chegou no topo do meu grau de irritabilidade. Após escrever a sandice em questão, não demorou muito tempo e desde o ano passado virou a mala sem alça a ser carregada pelo poder Executivo de Campo Limpo Paulista. Tudo bem que se merecem. 

Entretanto, deixo aqui bem explicitado porque ao ler, sei que vai sentir duas espadas de dois gumes entrando nos dois rins. Seu nome? Não revelarei nem sob tortura! Pois considero isso um crime e não vou contar. Se escreveu-me no universo virtual, é muito provável que o tenha feito também no mundo real, na abordagem com amigos, vizinhos, funcionários etc mas daí, é outro carnaval.

Para você, ser que teve o desplante de escrever isso, fica aqui o meu lamento pela sua falta de moral. Mudar o discurso e a postura com alguém por puro interesse financeiro é o tipo de acontecimento que me causa asco. Felizmente, tenho minha mente tranquila de que convivo, e muito bem, com pessoas de diferentes confissões de fé e jamais militaria de modo a cercear-lhe o direito de exercer qualquer função quer seja no universo público ou privado.

Estou tornando pública a quirela omitindo o nome da fonte, pois quero atingir apenas dois propósitos:
1) Dar ciência ao "ser" que não esqueci o mal feito;
2) Alertar a tantos quanto possa de que este tipo de discurso não deve nem fazer parte dos nossos pensamentos mais secretos, muito menos ser verbalizado.

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