Reino dividido: professor rompe silêncio e revela o que preferiam esconder


Conhecido do público campo-limpense em função de sua ferrenha oposição ao governo do PSDB, Sidinei Mascarenhas enfim rompe o silêncio e surge com revelações "picantes" para o meio político. Abaixo suas últimas declarações. A verdade nua e crua.

Nem sempre ela vai se parecer com Vera Fischer. Em alguns casos, ela, a verdade, parece mais uma Medusa. Mesmo assim ainda é melhor que a mentira.

"Os gestores (diretores, vice-diretor e coordenador) dependem principalmente da Secretaria de Educação, ou seja, da Prefeitura para sanar seus problemas físicos e pedagógicos que envolvam investimento financeiro. Anualmente as escolas recebem uma pequena verba, mas pequena mesmo, oriunda do GOVERNO FEDERAL (conhecido como PDDE), as demais necessidades têm que ser atendidas pela Secretaria de Educação, que recorre a outros setores da Prefeitura (Obras, Ssu, Administração, etc.), os coordenadores de cada etapa de ensino (creche, infantil, fundamental I e II) além de acompanhar as necessidades pedagógicas, também verificam as necessidades das unidades escolares e repassam para o seu superior imediato, o Diretor de Educação e o Secretário de Educação que dá seguimento aos pedidos e solicitações. 

A rifa nas escolas sempre existiu e sempre existirá, é uma forma de ter um pequeno recurso para necessidades imediatas e de pequeno valor. Mas, o que está acontecendo neste GOVERNO DA RECONSTRUÇÃO é que eles tratam a educação com descaso e não com prioridade, como acontece e aconteceu com gestões passadas e de outros municípios o que interessa são os recursos oriundos do FUNDEB e que não é pouco você sabe disso. 

Com a vinda desta secretária de educação a filosofia do descaso se mantém e agora com aval do gestor principal da Secretaria de Educação, que entre várias falas sem fundamento dela falou em alto e bom tom que as escolas que se virem, façam rifas para sanarem as necessidades. Vale lembrar que desde de fevereiro de 2013 existe um ofício pedindo a compra emergencial de cerca de 3000 carteiras e até hoje não foi atendido, as escolas estão sem material de escritório, os kits escolares só Deus sabe em que pé está e as escolas estão se virando para comprar folha de sulfite (que falta até na própria Secretaria de Educação), reproduzir atividades, e veja o absurdo, as escolas estão sem DETERGENTE e SACOS DE LIXO.

Os gestores das escolas (diretor, vice-diretor e coordenador) seguem orientações da SME e ficam de mãos atadas com certas necessidades, e quando recorrem ao superior imediato ouvem estas desculpas: façam rifa, no Japão os pais ajudam a escola, na França blá, blá...e por ai vai. 

É lamentável constatar que a situação da Educação Pública chegou no fundo do poço e não é por falta de vontade dos professores, gestores, coordenadores das etapas de ensino (Creche, Infantil e Fundamental I e II), infelizmente as pessoas que ocupam os CARGOS que decidem e assinam o que pode ser comprado ou não não têm interesse em ver a Educação Pública, realmente dar um salto de qualidade. 

Pra se ter uma ideia a justificativa de trazer pessoas de outros municípios para gerir a Secretária de Educação é que na cidade não existe nenhuma pessoa competente e com conhecimento para isso, neste momento dou risada, quem faz a educação "andar" são os professores, alunos, gestores das unidades escolares e algumas pessoas da Secretaria Municipal de Educação, a atual secretária conhece tanto da nossa realidade e necessidade, que cita o Japão e a França como exemplos a serem seguidos. Mas, como seguir estes países se a própria situação funcional da secretária de educação é discutível? Estamos pagando um preço caro em troca dos supostos "investimentos" do Governo Estadual.

Olha outro absurdo, um coordenador de uma etapa de ensino solicitou ao setor responsável da Prefeitura (Administração) a compra de materiais pedagógicos, este setor encaminhou o ofício ao senhor prefeito, este por sua vez encaminhou o ofício de volta ao coordenador da etapa de ensino que havia solicitado a compra do material para que ele JUSTIFICASSE aquela compra. 

Um absurdo, o coordenador faz reuniões com os coordenadores e diretores das escolas para saber das necessidades pedagógicas, mas mesmo assim ela fez a justificativa e foi além, fez a cotação do preço dos materiais, que seria obrigação do setor ADMINSITRATIVO. E neste ponto aparece a PRIMEIRA DAMA falando que a cotação dela está muito alta, porque na ESCOLA DELA o mesmo material foi comprado por preço inferior, segundo ela. Mas, ai pergunto o que a primeira dama tem que se intrometer nos assuntos relacionados com a educação? 
E o que aconteceu? O ofício está lá parado, aguardando quem sabe uma ajuda divina para ser atendido.

Quer outro exemplo de descaso? Em 2013 o senhor Prefeito pediu para que fosse assinado o convênio para que o Programa Escola da Família (PEF) voltasse em, inicialmente, em 4 escolas da rede municipal. Eu fiz o ofício, encaminhei para a responsável em São Paulo pelo PEF e estava acertado para começar no dia 08 de março, mas fui convidado a trabalhar na Diretoria de Convênios, saindo assim da Secretaria de Educação, onde também seria o responsável pelo PEF. 

Bom, no dia 28 de fevereiro, fui em uma reunião com a Supervisora responsável pelo PEF na Diretoria de Ensino - Região de Jundiaí, quando foram apresentados os BOLSITAS, que trabalham um dia no fim de semana pelo PEF e tem a faculdade paga pelo Governo do Estado. Como eu estava saindo da Secretaria de Educação, agendei no dia 08 de março uma reunião com os bolsistas e com os professores que iriam trabalhar nas escolas como Educador Profissional, para passar algumas orientações e organizar o início do Programa nas escolas.

Pedi um auxílio para um professor que já havia trabalhado neste programa nos anos anteriores, para que fosse comprado material para iniciar as oficinas, além das atividades esportivas, visitei as escolas para conversar com os gestores e comunicar o início do PEF, ou seja, estava passando para outra pessoal tudo o que deveria ser feito. Eis que uma bela manhã o senhor prefeito me liga e avisa que meu lugar é na Diretoria de Convênios e não na Educação, e se eu continuasse fazendo atividades pertinentes a Secretaria de Educação ele me MANDARIA DE VOLTA PARA SALA DE AULA. 

Me mandar de volta para sala de aula, como se eu tivesse medo de sala de aula, é que ele não deve se lembrar que continuo lecionando a noite na EE Frei Dagoberto Romag, ou seja, se aceitei trabalhar neste governo foi porque acreditei que poderia ajudar a Educação Pública e consequentemente, os professores e alunos

Bom, o Programa Escola da Família está parado, a Secretária falou que é um programa falido do Governo Estadual a Diretora de Educação por sua vez, disse que desconhece o programa. Os bolsistas estão sem saber o que fazer, ainda mantenho contato com eles e repasso o que a responsável pela DE de Jundiaí me informa.

O Programa Escola da Família, não é para o Prefeito ou Secretário de Educação, ele ajuda a escola manter um laço mais estreito com a comunidade, ajuda a preservar o patrimônio público, retira as crianças e adolescentes das ruas no fim de semana, propondo atividades diversificadas dentro da unidade escolar.

Não estou desabafando ou magoado por ter saído da Secretaria de Educação, ou por ter perdido um "grande salário" (Meu soldo líquido era de cerca de R$3.000,00 por 40 horas semanais, contra os prováveis R$1.700,00 da sala de aula, por 22 horas semanais)..rs...rs. 

Sempre trabalhei acreditando que poderia contribuir com a Educação Pública, apesar de me acharem grosso e arrogante nunca maltratei uma pessoa decente, alguns tomavam pancada por proporem uns absurdos, trabalhava das 7h às 16h, ia em eventos que o senhor prefeito ou secretário/diretor de educação não queria ir, cheguei a arrumar cano de água quebrado em escola às 20h..21h, gastando um dia de descanso do meu cargo do Estado. Fui tirado porque sabiam que não seria conivente com a forma de trabalhar do Grupo que veio de JUNDIAÍ

Onde estou? Estou tirando meus dias de férias, referente aos anos de 2012 e 2013, pois em 2013 e 2014 voltei a trabalhar na SME no dia 02 de janeiro e não gozei os dias de descanso. Pra onde irei? Provavelmente tirarei meus meses de licença prêmio (para não prejudicar o professor e os alunos das turmas que irei lecionar) e em seguida volte para a sala de aula.

Diferente de muitos que estão encostados nesta administração, não é o dinheiro que me move, mas sim minha ideologia e meus ideais sobre educação pública, onde estou desde 1990. Nada me magoa, nem MOÇÃO DE REPÚDIO, na verdade me sinto revoltado em acreditar nas palavras de alguém que prometia ser diferente, mas que não mudou em nada da outra administração e, sinceramente, está sendo pior para a Educação Pública, só lamento, em saber que boas pessoas (não eu) estão sendo colocadas de lado ou sendo humilhadas em troca do que mesmo? E se alguém duvida, passa lá em casa e me ajuda a carregar concreto, erguer parede ou arrumar meu carro velhinho."

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