Movimento do magistério ganha mais força após ataques



Como resposta a um panfleto anônimo, que teve a intenção de desqualificar a professora Cristiane Damascenodistribuído na quarta-feira passada (16), nas escolas e creches do município o vereador Leandro Bizetto e o professor Evandro Giora, ambos citados levianamente no material, manifestam apoio ao magistério e rechaçam a tentativa de tirar o mérito das reivindicações dos profissionais de Educação.



Material distribuído



DECLARAÇÃO DO VEREADOR LEANDRO BIZETTO
"Considerando que um panfleto apócrifo distribuído nesta quarta-feira (16) em algumas escolas da cidade eu, vereador Leandro Bizetto, venho a público esclarecer o seguinte:

A ação é repugnante desde a concepção até sua execução. Nada mais reprovável do que alguém, quer seja ligado ao poder público ou não, se dispor a agir desta forma vergonhosa, que trai os princípios democráticos e os direitos adquiridos dos cidadãos e dos profissionais de qualquer categoria.

Como vereador, tenho acompanhado via redes sociais o desenvolvimento das reivindicações dos profissionais de educação. Felizmente, saber o que está sendo requerido não exige clarividência, basta alguns momentos dedicados à leitura e disposição para o diálogo com professores, merendeiras, inspetores, faxineiros entre outras atribuições.

A insatisfação não é restrita. É ampla e generalizada. Os profissionais de educação não estão nesta escalada de reivindicação por motivos politiqueiros e pequenos. Além da melhoria de seus salários, notadamente o mais baixo da região, desde o ano passado a lista de carências só aumenta. Hoje, queixam-se que lhes falta recursos mínimos para o exercício de suas árduas funções.

Quero deixar claro que em nenhum momento a comissão de professores, por meio de qualquer um dos seus 34 integrantes, entrou em contato para escamotear uma ação de minha parte, muito menos do PSDB, partido pelo qual fui eleito. 

Corajosa e assertivamente, os professores estão priorizando a não associação com política partidária. É, no mínimo, ridículo querer reduzir um profissional de educação a "marionete". Rotular a professora Cristiane Damasceno e demais professores como "massa de manobra" e "pau mandado" dos ex-prefeitos Luiz Braz e Armando Hashimoto denuncia a falta de capacidade do autor do panfleto apócrifo em tratar com direitos fundamentais de qualquer cidadão como o direito de expressar sua opinião, sendo vedado o anonimato (Constituição Federal, art. 5º, inciso IV).

Apoio as reivindicações do professorado, bem como de todo funcionalismo público. Tanto que, tenho a consciência tranquila que não endossei a aprovação do Projeto de Lei nº 571 que privilegiou apenas alguns em detrimento da maioria. Melhoria de salário e condições de trabalho não se constitui em privilégios, acima de tudo são direitos assegurados por leis federais.

Em 2013, usando o direito que me assiste em fazer proposituras que visem o benefício da nossa população, apresentei a indicação nº 8.019, para que fosse aprovado o Plano de Carreira dos Professores da rede de ensino municipal, tornando efetiva a antiga aspiração da categoria, como incentivo e ascensão profissional a estes docentes.

Uma vez apresentado o Plano de Carreira, como legislador adianto que farei questão em saber a opinião dos professores. Precisaremos garantir que o mesmo não seja enviado à revelia da vontade deles que devem ser os construtores do mesmo. Por isso, uma vez apresentado à Casa de Leis, daremos ampla publicidade para que os professores, devidamente representados, possam decidir em conjunto pelas conquistas que vão além de um mandato legislativo ou executivo. O que elas reivindicam não vai se esgotar em dezembro de 2016. Vai muito além.

Isso posto, declaro que apoio integralmente as reivindicações dos professores. A manipulação seria um serviço mesquinho usado apenas por pessoas inescrupulosas que tivessem domínio sobre incapazes. Tenho escrúpulos e, em se tratando de professores, temos um universo de pessoas suficientemente capazes de decidir e agir não apenas em causa própria, mas pelo bem da maioria.

Uma vez que fui indevidamente citado em um material apócrifo –que denuncia a covardia de seus mentores– explicitamente e de peito aberto, afirmo que ao invés de estar camuflado, considerando que sou vereador e, por isso, representante da população, meu apoio e presença é registrável atrás, na frente dos lados e por todos os ângulos que se puder observar.

Faço-o primeiro, como cidadão campo-limpense e, segundo, como vereador. Fiz-me cidadão graças à contribuição destes profissionais que são heróis de todos os dias nos abrindo as janelas do conhecimento. Estou vereador e isso me impõe deveres, entre eles, de dar voz às demandas dos nossos cidadãos."

DECLARAÇÃO DO PROFESSOR EVANDRO GIORA
"Ser educador exige do profissional um trabalho constante no aperfeiçoamento de sua prática pedagógica, pois ano a ano, nossos alunos se apresentam com novas características e potenciais de aprendizagem, e nós, para sermos bons profissionais, devemos sempre pensar nossa prática, através de formação continuada e trabalho pedagógico.

Em nossa cidade, a falta de compromisso com a Educação dos nossos filhos já vem de longa data. No passado recente, os profissionais da educação, foram tratados no grito e com perseguição daqueles que não eram amigos do rei. 

Sem contar na falta de investimentos na ambiência escolar e na valorização dos profissionais da educação, com plano de carreira, valorização salarial que permitisse ao profissional exercer seu trabalho com exclusividade na rede em que trabalhava, e com o efetivo cumprimento da Lei 11.738/2008 que fixa um limite máximo de 2/3 (dois terços) para atividade didática direta em sala de aula e 1/3 (um terço) para atividade extra-aula.

Com a mudança do Executivo local, os ânimos se acenderam, mas essa chama perdeu seu brilho em um piscar de olhos. No que se refere à Educação, o executivo local não entendeu que, investir em educação é economizar o orçamento público, pois a cada R$ 1,00 real investido em educação, se economiza R$ 10,00 reais em segurança e saúde. A mesma falta de compromisso do governo anterior se perpetua, onde as mudanças tão almejadas pelos profissionais da educação e a sociedade como um todo, ainda não saíram do palanque. Tanto equipe pedagógica, como as unidades escolares, sofrem com falta de material básico, sendo impedidos de exercer seus trabalhos com qualidade e prejudicando uma formação pedagógica crítica, humana e libertadora.

Por ser professor e sentir na pele os desafios que nos são apresentados, estou com os profissionais da educação. Materiais distribuídos pela cidade, para desmobilizar nossa luta, só mostra uma visão política descomprometida com a construção de uma cidadania ativa, mas também expõe a fragilidade daqueles que estão à frente do Poder Executivo, por não entenderem que, administrar uma cidade exige planejamento democrático com a sociedade civil e transparência na execução do orçamento.

Quero terminar com uma música do Milton Nascimento, Coração Civil.
Quero a utopia, quero tudo e mais
Quero a felicidade nos olhos de um pai
Quero a alegria muita gente feliz
Quero que a justiça reine em meu país
Quero a liberdade, quero o vinho e o pão
Quero ser amizade, quero amor, prazer
Quero nossa cidade sempre ensolarada
Os meninos e o povo no poder, eu quero ver
São José da Costa Rica, coração civil
Me inspire no meu sonho de amor Brasil
Se o poeta é o que sonha o que vai ser real
Bom sonhar coisas boas que o homem faz
E esperar pelos frutos no quintal
Sem polícia, nem a milícia, nem feitiço, cadê poder ?
Viva a preguiça viva a malícia que só a gente é que sabe ter
Assim dizendo a minha utopia eu vou levando a vida
Eu viver bem melhor
Doido pra ver o meu sonho teimoso,um dia se realizar

Professor Evandro. 
Representante da APEOESP, professor de Sociologia do Estado, membro da executiva do Partido dos Trabalhadores."

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