Pilantragem generalizada


Enquanto brasileiros digladiam-se por causa de legendas partidárias, os “donos” das mesmas ou seus integrantes de maior destaque brincam de ser autoridade e fazem troça com a cara do povo. Tem me chamado especial a atenção ao número circense, entre centenas deles, que está sendo armado no que diz respeito à Petrobras. 
De um lado, membros dos partidos de oposição se articulam para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre compra de refinaria nos Estados Unidos, parceria com Venezuela etc. 

Do outro, os partidos de situação, capitaneados pelo PT se mobilizaram, primeiro, para impedir a formação da CPI. Quando viram que a água ia acima do fêmur, resolveram misturar poeira dos aneis de Saturno com água de Marte.
O argumento dos pilantras e afins é investigar, na mesma CPI, o mau uso de dinheiro público em São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco. No caso da locomotiva nacional, o negócio é encontrar meio de desgastar a imagem do governador Geraldo Alckmin.
Em Minas e Pernambuco a ‘honestidade petista’ (sic!) quer minar as imagens de Aécio Neves e Eduardo Campos. Por que não ouvi, tampouco li nada sobre incluir na tal CPI mista uma investigação sobre os metrôs de Brasília e Salvador, ou ainda, o estádio Mané Garrincha, também na Capital Federal? Já que é para fazer uma panaceia desvairada, investiga tudo!

Estes petistas são um bando de à toa mesmo, viu! É de chorar ouvir estes pilantras que levam dinheiro fácil dizendo que existem todas as conexões entre Petrobras e Metrô. A ex-ministra Gleise Hoffmann disse em alto e claríssimo som que não havia nada a esconder na estatal. Ora, se é assim por que esta força tarefa para impedir ou descaracterizar a CPI?
Por que fazer um caldeirão com tantas pautas? Se não há nada a esconder e está tudo bem, deixa os oposicionistas da comissão trabalharem livremente!

Na conclusão de todo o imbróglio, o governo ainda seria dado como vencedor. Afinal, se só fizeram coisas legais, a oposição teria de vir a público dar satisfação do que apuraram e dizer: ‘Estávamos errados em nossas suspeitas, está tudo muito bem feito’. Isso seria dito com a cara de tacho bem suja e o prolongamento do cóccix encolhido entre os membros inferiores.Não seria um consagração ouvir um oposicionista reconhecer isso? Eu ficaria arrepiado de emoção.

Já que o caso do metrô de São Paulo merece uma CPI, por que os petralhas não solicitam a abertura de uma exclusiva para o tema?
Adendo: os petistas honestos, que são poucos mas existem, não me tomem por intransigente. O problema é que os interessados no bem de todos somem no mar de lama de seus companheiros.
Mudando do pato para o ganso (não os jogadores, as aves), esta semana fiz uma rápida visita a Monte Aprazível (490 km de São Paulo), na região de São José do Rio Preto. Com cerca de 23 mil habitantes e menos de 16 mil eleitores -nove vereadores- é uma típica cidade do interior. O último orçamento aprovado foi de R$ 48 milhões. 

Na visita, constatei algo que nunca tinha visto: em uma mesma rua os prédios dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Cada um em seu espaço, mas acessíveis a poucos passos.
Enquanto abordava um funcionário da Câmara de Vereadores, um legislador em primeiro mandato, Edgar da Rádio, se aproximou e troquei uns dedos de prosa. Foi pouco tempo de papo, mas o suficiente para ouvir coisas que não gostaria, mas que ilustram a praga. Tratamos sobre hábitos que não são exclusividade lá: a picuinha, o mexerico, a intriga, a semeadura de discórdia.

Ouvi, por exemplo, sobre a constante busca de um vereador querer derrubar o funcionário que está aqui ou ali só para que seja contratado seu amigo ou parente.
Ao invés de legislarem por temas nobres, prestam-se ao papel vil de ficar tentado “dar rasteira” por puro capricho. De quem é a culpa? Nossa, por não avaliar melhor o perfil da peãozada que quer virar “otoridade”.

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