A preguiça


Ao invés de falar sobre a mentira, que foi lembrada no dia 1º, ou versar sobre a Verdade, que tem data de comemoração fixada no dia 3, quero falar sobre a preguiça. 

Tradicionalmente, a maioria definiu a segunda-feira como seu dia. Outros, o domingo. E há aqueles que elegeram todos os dias da semana, todos os meses de sua inútil vida.
Os filhos desta infame estão presentes em tudo quanto é ‘buraco’ da sociedade. Ela marca a vida de ricos e, principalmente, de miseráveis.

A preguiça gera grandes discursos políticos que parecem ser o Tratado da Misericórdia mas, no fim, não passam de endosso para que preguiçoso deixe de ser culpado e seja tratado como vítima.
A preguiça é uma doença incompetente. Digo isso porque é recorrente a expressão: ‘Estou morrendo de preguiça’ mas, infelizmente, o tal doente nunca morre!
O portador da preguiça desenvolve uma grande habilidade para a mentira ou desculpa esfarrapada. 

Por exemplo: chega atrasado no serviço porque, por preguiça, não saiu da cama na hora certa. De quem passa a ser a culpa? Do motorista do busão!
A Bíblia cita que “Quem observa o vento, nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará” (Ec 11.4). Isso é coisa de preguiçoso. Visualiza a cena: o indivíduo está na frente do campo já arado, tendo ao seu pé um saco de sementes. 
Por preguiça, o ser vai molhar o indicador com saliva, levantar o braço com o dedo em riste e dizer: 'O vento está para o sul, eu quero semear para o norte, não vou semear, porque as sementes serão tiradas do lugar'.

Depois que alguém com neurônio útil espalha a semente, na hora de apenas colher, o preguiçoso vai olhar para o céu azul, ver apenas uma nuvem do tamanho da mão de um homem e dizer: ‘Hoje não vai dar para colher porque tem aquela nuvem lá que vai inundar tudo.’
A Bíblia não é nada complacente com preguiçoso. Tanto que ordena: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos, e sê sábio.” (Pv 6.6).
O recado é óbvio: a formiga trabalha no verão juntando alimento para não perecer no inverno. A recomendação das Escrituras é que se observe o comportamento das formigas e aprenda-se com elas.

A preguiça faz com que uma casa fique suja, com roupas pelos cantos, pia lotada do almoço de domingo, ainda que já seja quarta.
A preguiça impede as pessoas deixarem de ser idiotas, pois elas se recusam a ler e, com isso, trazem prejuízos a todos os setores da sociedade. 

Por não ler, o preguiçoso consegue prejudicar sua prole, pois nunca tem informação consistente para compartilhar em casa. Se o filho chegar dizendo que a bomba atômica foi boa, por preguiça, o infame não vai nem discordar, muito menos esclarecer os males da arma nuclear.
Pela preguiça de ler e comparar, por exemplo, o que dizem candidatos a qualquer cargo eletivo, uma esmagadora maioria prefere ouvir sem nenhum senso crítico e endossar tudo o que, de algum modo, lhe ofereça dividendos.
A preguiça, infelizmente, não mata, mas apodrece. Por ela os indivíduos tomam decisões que podem prejudicar a maioria, porém, se lhe dá a possibilidade de levar alguma vantagem às favas o coletivo.

O preguiçoso é egoísta. Via de regra gosta de ouvir propostas que representem trabalhar menos e ganhar mais. Não importa o quão espúria seja a proposta. Entenda-se por trabalhar menos não é diminuir o tipo de esforço do físico para o mental. 
Há muita gente que associa o trabalho de um varredor de rua como muito mais exaustivo do que de um contador. Os objetos de desgastes são difusos: um no corpo, o outro na mente. De qualquer forma, ambos podem querer levar vantagem em função da preguiça. 

Nas duas situações os danos não são só deles. Esse é outro grande mal da preguiça, não afeta só ao preguiçoso, arrasa quem o cerca e, por fatalidade, deles dependem.

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