Abaixo o chapa-povismo (parte 2)


Como estamos em ano eleitoral, os especialistas de tudo vão apresentar soluções para todos os problemas do Brasil desde a proclamação da Independência, pelo imperador com desarranjo intestinal, até 2016, um período de 194 anos.
De modo assombroso, teremos soluções mirabolantes, inovadoras, revolucionárias, invejáveis, de fácil implementação, de custo baixíssimo (ou ‘digrátis’).

É tanta solução apresentada por tanta gente ‘boua’ que eu chego a me questionar porque o Brasil não é melhor para viver do que a Finlândia, Dinamarca, Suécia ou qualquer outro buraco do mundo vendido como mais desenvolvido.
Alguns milhares dos solucionadores-de-tudo vão aparecer como candidatos a vereadores ou prefeitos. Na ponta da língua, terão discursos afiados para dizer que as coisas só estão ruins porque eles ainda não chegaram lá! Mas com eles vai ser diferente!

A partir de 2017, o gabinete destes solucionadores-candidatos será a embaixada celestial tendo um anjo como recepcionista, um querubim como secretário, um serafim como diretor e, claro, o dito cujo como o representante do Todo-Poderoso na Terra.
Na outra ponta dos solucionadores-de-tudo estarão os eleitores. Gente que não sabe nem o dia que a Câmara de Vereadores se reúne, mas jura entender de orçamento público, despesa, receita líquida, PIB, juros, precatórios, dívida pública etc. 
Entre os eleitores que de tudo entendem e a tudo resolvem, algumas fórmulas são surpreendentemente (ou nem tanto) de caráter pessoal. 

Vejamos: o indivíduo mega preocupado (só que não) com a escola do bairro por causa do mato, bichos, falta de professor, merenda ruim, material escolar em falta etc, de repente, vai fazer da língua uma espécie de almofada quando algum vagabundo prometer que vai dar o material escolar de 2017 para seus quatro ‘fi’.

Em outra ponta, alguém surgirá todo sensível (com direito a lágrimas) falando sobre as pessoas necessitadas que passam fome e não podem comprar uma calça de ‘300 reau’. 
Qual a solução para esta gente ‘carentshi’? Dar cesta básica completa com os melhores produtos. Em valores de hoje para a capital paulista, orçada em R$ 400. Só isso? Comprar a cesta e entregar, religiosamente, na porta do ‘neceçitadu’? Só!

Se alguém disser que o ‘neceçitadu’ vai ter de fazer um curso para poder aprender a pescar lá na frente, isto é, parar de depender das doações, logo vão dizer que é desumano exigir um troço desse. Que é muita maldade e humilhação a pessoa preencher um cadastro para ser contemplada com a cesta. Pediu, tem de dar. 

Não importa se o mesmo ‘neceçitadu’ toma café, almoça e janta no boteco, torrando o dinheiro do benefício ou da aposentadoria por invalidez da unha encravada do dedo mínimo do pé esquerdo.

Na pegada de falar mal dos  ‘pulitikus’, e numa simbiose perfeita entre corrupto e corruptor, os solucionadores-candidatos vão, gentilmente, despretensiosamente, generosamente, entregar algumas cestas básicas por um período de três meses até setembro para os solucionadores-eleitores.

Claro que isso será um ato de ‘amorrrrr’ (com sotaque piracicabês). E assim, a mão (imunda) será vestida pela luva (porca). A lingerie pública cobrirá as partes pudendas e não lavadas dos interesses privados. 

E, claro, em pouco tempo a conversa de: ‘us-pulitikus-num-prestam’, estará na boca-do-povão, como se quem lá chegar tivesse vindo do abismo do nada. O mesmo povão vendido, interesseiro, dissimulado, cínico, preguiçoso. Que não lê nada com mais que 200 letras e diz entender de todas as leis da vida em sociedade, apenas por ouvir os perfis dos eliminados do Big Brother.

Por essas e outras, tenho plena convicção que o Brasil não tem problema com pobres, mas está sendo afundado pelos acomodados.

Abaixo o chapa-povismo


Este ano é eleitoral! Uau! A partir de agora até 2 de outubro surgirão especialistas em todas as áreas do serviço público. Gente que não sabe separar as atribuições de Legislativo, Executivo e Judiciário, confundindo alho com cebola, vai falar em banca de feira, caixa de mercado, fila da lotérica, bomba de gasolina, esquinas disputadas por profissionais do sexo e, claro, o clássico boteco aquele para o qual criaram o slogan “Bar é Cultura” (sic!).

De repente, todo mundo terá as soluções para todos os problemas do maior ao menor, do mais antigo ao mais recente, do mais complexo ao mais prosaico.

Todo mundo vai saber como acabar com morador de rua, mato em calçada, trânsito violento, droga nas escolas, gestação de risco, consulta médica, remédios, salários, equipamentos de exames (todos). 
Todo mundo terá a solução da casa boa e de graça (afinal, nem cinquenta reais se quer pagar nas casas populares). Nos discursos dos solucionadores-de-tudo sempre estará o comovente comentário de que é preciso ajudar os mais necessitados.

Gente como dona Mocreilde que invade terreno, se abriga sob uma lona com uns gravetos de escora e, quando surge reportagem, dá entrevista dizendo: ‘Ieu tô aqui prumode consegui uma casa pra morá com mias duas fia’. (Se tivesse ido estudar primeiro antes de procriar, as filhas teriam melhor sorte).

Usando essa prosa de que todo mundo é um bando de coitado e precisa de ajuda as conversas, planos mirabolantes, ideias infalíveis e perfeitamente exequíveis (só que não) vão pulular até dos bueiros. 
As soluções estarão grafadas nas asas envernizadas das baratas, nos lombos gordos dos ratos, nas caldas frenéticas das lagartixas. Enfim, gatos, cachorros, grilos e cigarras saberão como resolver tudo.

Enquanto as soluções mirabolantes surgirão, os mais metidos a ‘inteligentinhos’ vão sair dizendo que tudo é culpa única e exclusivamente dos políticos. 

O discurso do chapa-povismo que sempre busca isentar as massas de suas responsabilidades. Segundo a filosofia das cochas desta gente, o vagabundo que sai de casa e joga lixo na estrada por onde passa, é um coitado que não tem ‘o lugar adequado para jogar o seu lixo’. 

Engraçado que ninguém aceita dizer que se o meliante junta o lixo em sacos, coloca na carroceria de seu quatro por quatro ou na sua “charrete” motorizada e lança no primeiro terreno baldio que encontrar, ele está longe de ser um necessitado, e absolutamente dentro do padrão de porco, anti-cidadão, indecente, imoral.

Até outubro vai ter um exército de gente dizendo que quer honestidade! Abaixo a vantagem dos “pulitikus”. Mas se virar um caminhão com eletrodomésticos na rodovia, os mesmos reivindicadores da honestidade vão saquear tudo, até que alguém leve o caminhão vazio e venda as peças como sucata.

A grande massa que vai sair gritando que está tudo abandonado porque este é ladrão, aquele é corrupto, o outro é mentiroso etc, é a mesma que se receber dez reais a mais de troco, vai achar que está no lucro e nem comenta nada com quem teve a infelicidade de contar errado.

Esta semana, saiu pesquisa mostrando que uma expressiva parcela da população, agora, somente agora, percebeu que a corrupção é um problema maior que as debilidades na gestão de Saúde e Educação. Fico até comovido com tanta “clareza”. Minhas lágrimas rolam (para dentro).

Afinal, temos uma esmagadora maioria de pessoas que adoram ocupar o posto de trabalho por 6 ou 8 horas e enrolar pelo menos duas. Com isso, acha que está se dando bem ao ganhar “sem fazer nada”. Já que o patrão tem, ele que se vire para dar.

Tudo isso é errado. São ações encharcadas de vícios prejudiciais à vida em sociedade. E daí? O que quero? Que as pessoas se calem? Não! Absolutamente. Quero apenas que mudem, melhorem, cresçam. Se não fizerem assim, então, que continuam falando. Desta forma, terei sempre em quem descer o reio.

Como é bom ter provas geradas pelo próprio acusado



Mentir, também é traço de desonestidade. Além, claro, de construir vantagens e assegurar privilégios para parentes e amigos usando o dinheiro público.

As declarações foram feitas na mesma cadeira, no mesmo local, talvez aos mesmos blogueiros.

O MENTIROSO CONFESSO (HOJE DITO O HONESTO)



O "ÇANTU"




 
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