A surpresa que vem do Nordeste




Na semana passada, o Nordeste deu ao Brasil mais uma grata surpresa. Desta vez, o tesouro cívico que representa vozes até então abafadas pelo marketing político, vem de Ipojuca, região metropolitana de Recife, de onde também nos familiarizamos com o sobrenome da família “Campos”, em função da trágica morte do ex-governador pernambucano e presidenciável que foi substituído por Marina Silva.

Felix Rodrigues, 25 anos, apresenta-se assim: “sou nordestino, sou pobre, sou preto, será que voto na Dilma?!”
Em um vídeo sem edição, sem roteiro pré-determinado, Felix fala por 19 minutos e apresenta sua perspectiva sobre políticas sociais do governo federal, bem como questiona outros temas que estão na pauta do eleitor brasileiro nas últimas semanas.

Desde o dia 8 de outubro, até esta quinta-feira (16), o vídeo havia superado a marca dos 67 mil compartilhamentos. Tornou-se um viral. 
O sucesso é explicado pelo fato de ser a voz de um jovem nordestino, que rejeita ser considerado apenas parte de “em bloco” pelo qual deve ter suas preferências políticas pré-determinadas. Felix exprimiu sua posição nas eleçõs deste ano com firmeza, clareza e coragem.

Pela enorme repercussão, ele confessou que ficou surpreendido. Como o assunto é política, claro que os elogios vieram, mas os ataques também. Contudo, em nenhum momento ele baixou a guarda. Pelo contrário, mostrou-se ainda mais destemido.

Na sequência publico alguns trechos do depoimento: 
“Sou de família pobre. Na minha casa, junto comigo, são mais cinco pessoas. Inclusive, tenho uma mãe e duas tias que nunca trabalharam na vida. Sou uma das pessoas que ajudam no sustento da casa.”

Sobre Fernando Henrique e Lula, Felix afirma que o tucano salvou a economia e o petista teve seus méritos por saber aproveitar o que fora deixado pelo antecessor:
“Quando eu falo: salvou, é porque tirou a corda do pescoço, do sufoco econômico brasileiro. Lula foi um presidente bom, teve seus méritos, mas para que ele fosse um presidente bom, para que fizesse o que fez, foi preciso que FHC deixasse o terreno pronto pra ele.

Sobre o maior temor que ele assegura ainda rondar os seus conterrâneos, Felix afirma: “Muitos nordestinos ainda têm medo de perder o Bolsa Família. Mas  só que eles esquecem, pessoal, que ninguém mais pode tirar o Bolsa Família”.

O jovem continua: “Eu sei o que é dificuldade. Sei o que é fome, porque já passei fome na minha vida. Hoje, o brasileiro tem os programas sociais. São necessários? São. Isso aí, reconheço que sim,  mas, não existe padrinho. Não existe pai ou mãe na política, pessoal. Não existe isso.

Não tem almoço de graça. Para você comer, alguém produziu, alguém exportou, alguém deslocou, alguém pagou. Você suou ou alguém suou para ter essa comida na sua mesa. Não tem nada de graça.”
Sobre as privatizações Felix citou o exemplo da telefonia que, não fosse pelas privatizações, manteria uma simples linha telefônica em preços que só os mais abastados podiam ter.  “Hoje, tem um celular que eu falo, com R$ 0,10, com qualquer pessoa do Brasil?”. 

Ele cita ainda outro exemplo de êxito na política de privatizações: “Se a privatização fosse tão ruim, porque a Vale [mineradora], mais que quadruplicou o quadro de funcionários, bateu recordes e mais recordes de produção de captação de minério?” 

Como trabalhou no porto de Suape, ele viu os efeitos na ponta da corda provocados pela má gestão da Petrobras. “Nossa presidente quebrou a Petrobras. Hoje perdi o emprego em Suape, porque lá teve uma redução de quadro enorme. Eu vejo muitos amigos meus que estão passando fome hoje, que trabalhavam em Suape e não têm mais o emprego deles.”

Ser reacionário não é crime


Certa vez debati sobre o tal do Bolsa Família. Em razão do meu posicionamento pouco afeito ao sentimentalismo que sangra na defesa do programa, sou tachado de insensível, cruel. Contudo, por mais discordante que seja do sobre como o trabalho é realizado, não prego que as políticas de transferência de renda sejam eliminadas. 

Não sou contra os programas de distribuição de renda. Fui, sou e sempre serei a este sistema que mais confina do que liberta. Hoje, como oposição a este governo farsante, apenas repito o mesmo discurso que o próprio Molusco-Mor adotava enquanto era a pedra que agredia a vidraça tucana. 

Está sendo criado um exército de dependentes, que não produz, que não gera renda e, pior, que não se qualifica para uma dia fazê-lo. Tanto que cunharam muito bem o termo “geração nem-nem”, nem estuda, nem trabalha.
A conta vai chegar para todos. Tanto para quem é contra, quanto para quem é a favor. Ou se melhora a contra-partida dos beneficiários ou vamos manter um sistema desgraçado do qual não conseguiremos sair tão cedo.

Ao assumir este discurso, além de frio e desumano, também gostam de me rotular como recionário. Embora, rejeite os dois primeiros, acato, orgulhoso o segundo.

Sou reacionário, sim! Sou a favor da velha e boa tradição do alimento conseguido com o suor do rosto e não com a cópula que resulta em mais uma fonte de receita: um filho.
Sou reacionário, sim! Admiro quem enfrenta longas distâncias na densa floresta amazônica ou na caatinga nordestina para estudar em condições precárias e, assim, forma descobrir que podem conquistar o próprio lugar ao sol.

Sou reacionário, sim! Sou a favor dos Programas de Distribuição de Renda (criados por Itamar Franco, continuados por Fernando Henrique Cardoso) e aglutinados pelo Molusco-Mor que vendeu-se como criador dos mesmos. 
Reitero: não sou favorável à extinção de benefícios que assegurem comida na mesa do mais carente. Eles devem ser mantidos, quiçá melhorados e ampliados, mas a contra-partida dos beneficiários deve ser a busca pela melhoria, de fato, e não o comodismo costumeiro. Tenho repetido sem me cansar: no mundo não existem coitados, sobram acomodados.

Embora o Molusco-mor venda-se como criador do benefício, a Lei nº 10.836, de 9 de Janeiro de 2004, em seu artigo 1º, que institui o programa Bolsa Família afirma: “O Programa de que trata o caput tem por finalidade a UNIFICAÇÃO dos procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda do Governo Federal” (grifo meu). 

A unificação referia-se a colocar no pacotaço de benemerência os seguintes programas nacionais: Renda Mínima vinculado à Educação - Bolsa Escola (Lei nº 10.219); Acesso à Alimentação - PNAA (Lei nº 10.689), Renda Mínima vinculada à Saúde - Bolsa Alimentação (MP 2.206-1), Auxílio-Gás (Decreto nº 4.102).

A redação cristalina da lei mostra que, apenas o Programa Nacional de Acesso à Alimentação - PNAA foi criado na gestão petista, todo o restante veio antes. Sendo que os oposicionistas da época diziam que era apenas esmola e cabresto do PSDB.

Se assim o era, por que não só manteve como aglutinou? Quer dizer que os programas tinham função importante? Não existe nenhum problema do Bolsa Familia ter sido a continuidade de programas do governo FHC. O problema está em os “petralhas” sempre dizerem que antes do PT no Planalto não existia Brasil. 

Que apenas há 12 anos começou a ser realizada alguma distribuição de renda no País. Divulgaram este ano que 300 mil beneficiários passaram a gerir o próprio negócio numa tentativa de querer atribuir o empreendedorismo ao “cartão mágico”.

Não reconheço conquistas por que sou anti-petralhista? Não! Simplesmente não engulo um abacaxi podre que, em 10 anos, aponta para a entrada vertiginosa de 56 milhões de pessoas como beneficiários e a saída de apenas 1,7 milhões.

O gigante ronca e baba


No início da segunda quinzena de setembro, circulou a informação que, de acordo com  levantamento realizado pelo Ibope, Tiririca (PR) e Maluf (PP) estão entre os cinco mais cotados para continuar “representando” São Paulo  no Congresso Nacional.

Os outros três deste pelotão incluem Marco Feliciano  (PSC), Celso Russomano (PRB) e Baleia Rossi (PMDB). Apesar disso, ainda vemos circular a apologia do não-ouvir, não-assistir, não-ler, muito menos pesquisar a vida pregressa dos candidatos. 

O que vai acabar acontecendo no dia 5 de outubro? Nem preciso de bola de cristal para ver isso: um exército de gente terá a pachorra de ir para a sessão eleitoral, abaixar na porta dos locais de votação emporcalhados, pegar um papel qualquer e apertar os números na urna. 

No dia seguinte, se perguntar para quem o infeliz votou, não vai lembrar. E ainda querem que os parlamentos sejam bons? É a isso que chamam de “Gigante que Despertou”, “Clamor das Ruas”?

O mesmo instituto divulgou que a esta altura do campeonato apenas 12% dos paulistas sabem em quem vão votar para deputado.

Foram entrevistadas 7.600 pessoas e apenas 912 conseguem dizer para quem vai votar como seus representantes no Legislativo?! Não são candidatos demais (1485 federal; 2127 estadual) para atenção de menos? Quando é a eleição mesmo? Hum... deixa ver, daqui 16 dias!

Depois vão querer gritar: ‘abaixo a corrupção’! Vão “igigi”: escola de tempo integral; médico dentro de casa; UBS com todas as especialidades; todos os hospitais com atendimento de alta complexidade e UTI; todo mundo com casa própria; carteira cheia; opções de investimentos na bolsa de valores; inflação sob controle; poder de compra mantido; transporte público à disposição na hora que coloca o nariz para fora de casa; rodovias e vielas com asfalto de tapete persa; 8 milhões de km² com banda larga no padrão japonês; água tratada em volume suficiente para tomar banho na calçada; esgoto coletado e tratado em 5.565 municípios; vagas de empregos com salários de padrão europeu ali na esquina.

Se queremos moralidade, não corrupção, as tais mudanças e renovações (palavrinhas que entram na moda a cada eleição) têm de começar na base, ou seja, no povo, em nós. 

Os políticos não são nada mais, nada menos, do que reflexo do que somos em nossa maioria. Não vão surgir gestores perfeitos de uma massa imperfeita. Não vão surgir gestores que são workholic (viciados em trabalho) de uma massa que exalta o ócio. Político não vem de Marte, emerge do povo.

No dia 16 de setembro, estive em uma sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Campo Limpo Paulista. Foi a 34ª que presenciei das 36 que aconteceram desde o início da 12ª Legislatura Municipal.

Sempre considerei inadmissível o fato da Casa só ter arrastão de gente mediante alguma pauta conflituosa. No meio de mais de 50 mil eleitores, mais de 74 mil habitantes, não seria possível que moradores, líderes comunitários, presidentes de partidos e entidades acompanhassem as atividades parlamentares? São apenas 112 lugares (salvo engano). Mesmo assim, não se ocupa nem metade com pessoas que tenham potencial de influenciar a sociedade.

Reivindica-se representantes de qualidade, incorruptíveis, que vão dar sangue, suor e lágrima para representar este ou aquele município, este ou aquele grupo social. No entanto, as reuniões de associações de moradores, que acontecem ali na esquina, uma vez a cada castanha, sempre são carentes de quórum.

Todo mundo quer parlamentos de padrão nórdico, e a massa se comporta como cidadão de 5ª categoria. A esmagadora maioria sequer se importa com a reunião de pais e mestres nas escolas onde os portadores de seus códigos genéticos estudam. E ainda se queixam da qualidade de quem está nas câmaras, assembleias e Congresso Nacional? Pois é. Eu não acredito no fantástico mundo de Bob.

Secretária de Educação de Campo Limpo pode lutar mais pela pasta




A vida é linda. A gente nasce, cresce, amadurece, reproduz e envelhece. Para que tudo isso aconteça, precisamos estudar e trabalhar, senão ficamos dependentes de pai e mãe que não vivem eternamente. 
No caso das mulheres, também não se recomenda depender dos machos porque ou eles morrem ou acham que ainda aguentam dar mais viagens e trocam uma de quarenta por duas de 20.

A atual secretária de Educação de Campo Limpo, Edma Soares, pode já comemorar o fato de descansar da longa carreira profissional e integrar o universo dos mais de 20 milhões de aposentados no Brasil.

Conforme publicação no Diário Oficial do Estado no dia 20 de setembro, pág. 33, Poder Executivo, seção II, agora, ela figura entre os aposentados do país. Vide teor:
"Aposentando Voluntariamente,
Nos termos do Art. 6º, I, II, III, IV da EC 41/03, alt. p/ EC 47/05 (Certidão de Liq. de Tempo de Contrib. 78/2014) o (a) Sr (a). EDMA SOARES, RG 6.454.851-X, DIRETOR DE ESCOLA, do SQC-II-QM, constante do PUCT 2488/1600/1993, fazendo jus aos proventos integrais.
(Port. DBS 8280 / 2014)"

A nova situação cadastral junto à Previdência Social, forçou a convocação de sessão, no dia 1º de outubro, para atribuição de novo(a) diretor(a) para sua antiga casa, a Escola Estadual Dr. Antenor Soares Gandra, em Jundiaí.

NOVOS TEMPOS?
Agora, a ex-diretora do Gandra, está livre, leve e solta. Com duas fontes de renda e o acúmulo dos anos de trabalho. Parece interessante, não? Já que é assim, passo a acreditar que ela pode ser mais aguerrida na melhoria da Educação no município.

Como a fonte de renda da aposentadoria é líquida e certa, sugiro que a atual secretária engula menos desaforos, sapos, cobras e lagartos que sempre pululam no gabinete do Xerife e da prefeita virtual (aquela que não ganha eleição para síndica, mas adora meter o bedelho em tudo e ameaçar a tantos quanto lhe desagradem).

Vislumbro que a ausência do risco de ficar com uma mão na frente e outra atrás, caso seja exonerada da função em Campo Limpo, dê à dona Edma credenciais para fazer valer os princípios da educação de qualidade e, não, os caprichos de oportunistas.

Se, por qualquer motivo, o Alcaide a destituir, ao menos ficará com a consciência tranquila de enfrentamento às arbitrariedades. Se, por qualquer razão, o Munrá e a Mortícia engolirem a seco, a comunidade educacional da rede pública terá alguém observando suas demandas de direito e de fato.

EXPECTATIVAS
Ao contrário do que se imaginava, o fato de cessar o afastamento do Estado, não obriga a saída da secretária, mas confirma que sua permanência pode ser por tempo indeterminado (ao menos até a Lenda cair).

Já que pode ficar, seus subordinados precisam ver a secretária, enfim, dar prosseguimento DE VERDADE ao tal Plano de Carreira que prometeram enviar para a Câmara em junho e até agora nem rascunho.

Os servidores da Educação também esperam que a secretária deixe de ser influenciada por reis e rainhas da sucata, que comem ovo, arrotam caviar, têm peito de rolinha, mas se acham pomba. Gente futriqueira, ardilosa, traiçoeira, interesseira, preguiçosa, mas que jura trabalhar!

Espera-se que, menos preocupada com a questão da aposentadoria, a secretária possa debruçar-se melhor sobre as carências do município. Não custa lembrar que, se dona Edma fizer um bom serviço, for aprovada pelos servidores da pasta e pela população, quem suceder o Munrá poderá até conservá-la no posto ou, no mínimo, contar com sua colaboração e experiência.

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