Ser reacionário não é crime


Certa vez debati sobre o tal do Bolsa Família. Em razão do meu posicionamento pouco afeito ao sentimentalismo que sangra na defesa do programa, sou tachado de insensível, cruel. Contudo, por mais discordante que seja do sobre como o trabalho é realizado, não prego que as políticas de transferência de renda sejam eliminadas. 

Não sou contra os programas de distribuição de renda. Fui, sou e sempre serei a este sistema que mais confina do que liberta. Hoje, como oposição a este governo farsante, apenas repito o mesmo discurso que o próprio Molusco-Mor adotava enquanto era a pedra que agredia a vidraça tucana. 

Está sendo criado um exército de dependentes, que não produz, que não gera renda e, pior, que não se qualifica para uma dia fazê-lo. Tanto que cunharam muito bem o termo “geração nem-nem”, nem estuda, nem trabalha.
A conta vai chegar para todos. Tanto para quem é contra, quanto para quem é a favor. Ou se melhora a contra-partida dos beneficiários ou vamos manter um sistema desgraçado do qual não conseguiremos sair tão cedo.

Ao assumir este discurso, além de frio e desumano, também gostam de me rotular como recionário. Embora, rejeite os dois primeiros, acato, orgulhoso o segundo.

Sou reacionário, sim! Sou a favor da velha e boa tradição do alimento conseguido com o suor do rosto e não com a cópula que resulta em mais uma fonte de receita: um filho.
Sou reacionário, sim! Admiro quem enfrenta longas distâncias na densa floresta amazônica ou na caatinga nordestina para estudar em condições precárias e, assim, forma descobrir que podem conquistar o próprio lugar ao sol.

Sou reacionário, sim! Sou a favor dos Programas de Distribuição de Renda (criados por Itamar Franco, continuados por Fernando Henrique Cardoso) e aglutinados pelo Molusco-Mor que vendeu-se como criador dos mesmos. 
Reitero: não sou favorável à extinção de benefícios que assegurem comida na mesa do mais carente. Eles devem ser mantidos, quiçá melhorados e ampliados, mas a contra-partida dos beneficiários deve ser a busca pela melhoria, de fato, e não o comodismo costumeiro. Tenho repetido sem me cansar: no mundo não existem coitados, sobram acomodados.

Embora o Molusco-mor venda-se como criador do benefício, a Lei nº 10.836, de 9 de Janeiro de 2004, em seu artigo 1º, que institui o programa Bolsa Família afirma: “O Programa de que trata o caput tem por finalidade a UNIFICAÇÃO dos procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda do Governo Federal” (grifo meu). 

A unificação referia-se a colocar no pacotaço de benemerência os seguintes programas nacionais: Renda Mínima vinculado à Educação - Bolsa Escola (Lei nº 10.219); Acesso à Alimentação - PNAA (Lei nº 10.689), Renda Mínima vinculada à Saúde - Bolsa Alimentação (MP 2.206-1), Auxílio-Gás (Decreto nº 4.102).

A redação cristalina da lei mostra que, apenas o Programa Nacional de Acesso à Alimentação - PNAA foi criado na gestão petista, todo o restante veio antes. Sendo que os oposicionistas da época diziam que era apenas esmola e cabresto do PSDB.

Se assim o era, por que não só manteve como aglutinou? Quer dizer que os programas tinham função importante? Não existe nenhum problema do Bolsa Familia ter sido a continuidade de programas do governo FHC. O problema está em os “petralhas” sempre dizerem que antes do PT no Planalto não existia Brasil. 

Que apenas há 12 anos começou a ser realizada alguma distribuição de renda no País. Divulgaram este ano que 300 mil beneficiários passaram a gerir o próprio negócio numa tentativa de querer atribuir o empreendedorismo ao “cartão mágico”.

Não reconheço conquistas por que sou anti-petralhista? Não! Simplesmente não engulo um abacaxi podre que, em 10 anos, aponta para a entrada vertiginosa de 56 milhões de pessoas como beneficiários e a saída de apenas 1,7 milhões.

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