Reino desencantado


Viajando para Mato Grosso, passei por um portal tridimensional e acabei conhecendo o Reino de Remelá (leia-se o agudo do "a"). Fui recebido por, Frustradino, um jovem anfitrião que embora estivesse contente em me apresentar sua cidade, sempre deixava escapar que há pouco tempo as coisas estava melhores do que no momento da minha visita.

Uma das coisas que mais reclamou foi sobre o mato que parece crescer sob efeito de fertilizantes. Questionei se o Imperador Iracundo Atado e a Imperatriz Pocilga de Ira não estavam fazendo nada para melhorar isso e Frustradino disse que não.
Ao passar numa escola do império, meu guia relatou que nunca tinha acontecido de chegar a faltar folha de papiro para os piás. Mas agora, reclamam até da comida. Já mandaram repolho cru para os piazinhos comerem, coitados.

Minha visita ao Reino de Remelá foi rápida, mas rica em informação. Não vou detalhar tudo agora. Mas a que chamou mais minha atenção foram as revelações que Frustradino contou cochichando e levando a mão à boca com medo de que algum duque ou duquesa, marquês ou marquesa lesse seus lábios.

Frustradino contou que havia uma festa no reino que já tinha se tornado tradicional. Mais de 15 anos de promoção da Tourada, evento que atraía súditos de todo o reino e até de terras distantes. A festa consistia, basicamente, no que é feito nos Rodeios de Peão realizados no Reino de Pau-Brasil.

De acordo com meu guia, logo depois que Iracundo Atado foi empossado, teve um levante no reino contra a festa. As alegações era de que o evento torturava animais, que precisava fazer algo com os bobos da corte e não pagar caro por convidados de longe. Depois de muito alvoroço no reino, a tal festa foi cancelada.

Quem fez o movimento até acreditou que o Imperador estava solidário à causa animal. Porém, Frustradino ficou sabendo que teve um duquezinho enviado do Jardim de Estrume, nome do Palácio do Governo, para falar com o vassalo que poderia realizar a Tourada. O emissário tinha uma missão: pedir 200 mil moedas de ouro para que o Imperador autorizasse a realização do evento.

Frustradino lamenta que o realizador se recusou a pagar o "pedágio" e, por isso, não houve a festa. O Imperador chamou uns vassalos de nenhuma qualificação e organizou uma Quermesse. Com isso, o pessoal que se mobilizou contra a tourada até acredita que a voz deles foi ouvida, mas na verdade, quem não "gritou", foram as moedinhas no fundo do baú.

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