Político não vem de Marte


Enquanto tivermos uma maioria que pensa no benefício pessoal e imediato, não
será possível ter parlamento melhor, afinal, eles (os políticos) emergem do povo

Como estamos em meio a um novo pleito e não preciso dizer o que as pessoas gostam de ler, vou dizer o que muitos detestam.
Certa vez, a bordo de uma Mercedes e algumas dezenas de colegas sendo chacoalhados, ouvi  um papo que me levou do nojo à melancolia. Uma senhora, com uma criança no colo, foi abordada pelo rapaz que a acompanhava: ‘Vota no Fulano de Tal!’. Ela retrucou: ‘Eu não! Na eleição passada, procurei uma ajuda e ele não me deu. Pensei que era um negócio caro, mas não, era baratinho, só R$ 100’.

Fui do nojo à melancolia, porque percebo que estamos ainda longe de termos parlamentares e gestores públicos melhores se o que muita gente usa como critério para decidir em quem vota é o que recebeu de vantagem pessoal.

Se o candidato é realmente qualificado para a função, não importa. O critério de escolha é: quanto-ganho-com-isso? O saco da miséria desta gente, como diz minha mãe, é sem fundo. E, com isso, vamos nos mantendo como país de terceiro mundo muito mais pela pobreza intelectual do que pela falta de recursos.

Nas eleições de 2012, um candidato a vereador narrou uma experiência com um ‘eleitor’. A prosa foi mais ou menos assim: ‘Ô, candidato, tô com essa conta de luz aqui’. A resposta automática foi: ‘Ah, é? Se não pagar, vai cortar’. Infelizmente, poucos candidatos agem deste modo. 
Infelizmente, o tipo de prosa podre que acabo de citar vai ser repetir muitas vezes até acabar o período eleitoral. Esse tipo de mazela social está incorporada ao processo e com cara-de-pau minimiza-se os danos disso e perguntam: ‘Que que tem?’

Minhas expectativas definham quando vemos um maioria do nosso povo fazendo o que segue:
1) Coloca nome em trabalho que não fez; 

2) Assina nome de colega que faltou em aula; 

3) Paga para alguém fazer trabalhos; 

4) Saqueia cargas de veículos acidentados; 

5) Estaciona debaixo de placas proibitivas; 

6) Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração; 

7) Fala no celular enquanto dirige; 

8) Usa o telefone da empresa para ligações longas e desnecessárias; 

9) Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento; 

10) Viola a lei do silêncio; 

11) Dirige embriagado; 

12) Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas; 

13) Pega atestado médico sem estar doente, só para faltar ao trabalho;

14) Faz “gato” de luz, de água e de TV a cabo; 

15) Registra imóveis em nome de outros parentes para burlar a Lei; 

16) Mente a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas; 

17) Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes; 

18) Estaciona em vagas exclusivas para deficientes ou idosos; 

19) Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado; 

20) Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca; 

21) Diminui a idade do filho para não pagar a passagem; 

22) Comercializa os vales refeição e transporte que recebe das empresas; 

23) Só não falsifica o que ainda não foi inventado; 

24) Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.

Depois disso tudo ainda quer que os políticos sejam honestos?! A corrupção entre os políticos nada mais é do que reflexo do ápice de nossa sandice popular. Quer estejam no Senado,  Câmara Federal, Assembleias Estaduais ou Câmaras Municipais os políticos nada mais são pessoas que saíram de entre nós, não desembarcaram de Marte, são terráqueos mesmo, estão aí à espreita de aproveitar a preguiça de pensar das massas.

Colhemos o que plantamos. A mudança deve começar dentro de nós, nossas casas, nossos valores, nossas atitudes.

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