Análises políticas não são Álgebra


O simples fato de estarem ali dando ciência ao Assis 
e seus asseclas de que elas estão vivas, atentas 
e não vão deixar a peteca cair, per si, já é válido

Durante a reunião dos professores na última sexta-feira (18), tive contato com uma personalidade política a quem tenho apreço pessoal, embora rejeite peremptoriamente sua corrente ideológica. De qualquer forma, a convivência com o divergente é saudável para nos propiciar a auto-crítica.

Enquanto o evento ocorria do lado de fora, dentro do Paço a pessoa a quem me refiro disse que aquela ação "não vai dar em nada", não traria resultados. Concordei com ele no tocante ao não atendimento da pauta "salário". Posto que aumentar o salário dos professores vai muito além da habilidade em abrir a caixa de pandora e tirar as "promeças" com possibilidade ZERO de realização.

O único fator que este amigo apresentou para justificar seu entendimento de que a mobilização do professorado fracassaria, foi suficiente para que diante de minha refutação ele encerrasse a prosa. Tinha pressa para chegar a um outro compromisso. Bom para ambas as partes.

Segundo ele, as professoras "agiram errado" ao convidarem vereadores para subirem no caminhão de som no dia 1º de maio. Na sua visão, seria preciso, primeiro, que os vereadores se comprometessem na Tribuna da Câmara para que os profissionais de Educação lograssem êxito em suas demandas. 

Discordei, veementemente, da afirmação. Pessoalmente, só pude dizer a ele que o simples fato de estarem ali dando ciência ao Assis e seus asseclas de que elas estão vivas, atentas e não vão deixar a peteca cair, per si, já é válido.
Agora, virtualmente, posso complementar o argumento e dizer que, não importa se o vereador subiu ou não no caminhão da "Caminhada pela Educação". Não importa se falou ou deixou de falar na Tribuna da Casa de Leis.

O que, de fato, vai importar é: 
1) A abertura que TODOS OS VEREADORES darão para o tramite do processo na Casa (leituras, discussões, ouvir sugestões, apresentar emendas); 

2) O voto pelo 'sim' ou pelo 'não' nos dias de votação que, espero, não seja em caráter de urgência, mas sim com dois turnos como deve acontecer com projetos desta relevância. 

SOBRE O TRAMITE - Quando o projeto do Plano de Carreira do Magistério for, enfim, entregue à Câmara de Vereadores (a nova data é 5 de agosto, na volta do recesso), caberá aos legisladores a democratização do tal plano. Ou seja, todos os professores interessados, especialmente a comissão que vem se desgastando para mobilizar a categoria tenham amplo conhecimento de seu teor. São elas que vão dizer o que "presta" e o que "não presta" no plano.

SOBRE O VOTO - O tal Plano de Carreira tanto pode ser um monstrengo legislativo quanto algo do qual se possa dizer que valeu a pena esperar. A depender do que for enviado, bem pode ocorrer que a maioria dos professores acabem concluindo que é melhor não aprovar a peça e aguardar o período necessário para que seja encaminhado novo projeto. Se a maioria do professorado entender que o projeto é bom, o voto do vereador (independente se falou na Tribuna ou subiu no caminhão) deve ser, "sim". Caso contrário, na qualidade de representantes, dirão o "não".

Se Zé de Assis não tivesse prometido o País de Alice e estivesse entregando o Inferno de Dante, talvez ele não colhesse este clima de insatisfação que toma os quatro cantos da cidade.

Por "n" fatores, não acredito que a questão do piso salarial do magistério possa ser resolvido nem pelo Assis, nem mesmo pelo Marcão Martins se o mesmo assumisse hoje, a cadeira.

Esse é o tipo de "promeça" que é única e exclusivamente eleitoreira. É lamentável que até mesmo professores tenham se iludido em tão elevado percentual. Acreditar que o Badameco-mor seria, de fato, capaz de cumprir o que dissera sobre este e outros assuntos relativos à Educação foi, no mínimo, um fruto da ingenuidade para alguns e a prevalência do interesse pessoal sobre o coletivo no caso de outros.

Já disse e repito. Pelo trotar dos cavalos, Zé de Assis parece estar querendo deixar a pior situação possível e imaginável para seu mais eminente substituto: o vice-prefeito Marcão Martins. Minha leitura é de como se o 'Xerife' estivesse dizendo: 'Se eu não consegui, ele também não vai.'

Por essas e outras, as conjecturas políticas não estão no campo das ciências exatas, logo, não podem ser definidas pelas regras bem definidas da Álgebra. Como ciência da gestão de conflitos, a política está a mercê de muito mais fatores (quase mistérios) do que supõem a nossa vã filosofia.

0 comentários:

Postar um comentário

Deixe seu comentário...

 
Design by Wordpress Theme | Bloggerized by Free Blogger Templates | coupon codes