A caçada


Foi dada a largada. Por hora, os competidores e suas equipes estão atuando nos bastidores. Definem cronogramas de atuação, rotas de passagem, estocam munição contra os adversários, entre outras medidas. Não estou falando de um campeonato esportivo ou algum reality show nos moldes de “No Limite”, enlatado adaptado pela Rede Globo há alguns anos.


Por incrível que pareça, o que tenho em mente é o período eleitoral. Desde o início de julho todos os candidatos a deputado federal e estadual, senador, governador e presidente da República estão autorizados a pedir o voto sem cerimônia.
Por hora, as cidades não estão com a poluição visual característica do período. Também ainda estamos sendo poupados daquelas musiquinhas desgraçadas, conhecidas como jingles. Sempre detestei este elemento eleitoral. Mas, existe uma unanimidade quanto à sua importância. Afirma-se que não ter é como se fosse ‘ficar para trás’. Eu, candidato fosse, sairia na frente poupando os ouvidos dos eleitores.

Até outubro vamos ser bombardeados com toda sorte de informação, frases de efeito, promessas, propostas, projetos. Todas as cidades, de repente, passarão a ter importância astronômica. Especialmente para os candidatos “Copa do Mundo”. Aqueles que só se ouve falar a cada quatro anos.
Os “caçadores” neste momento estão em busca de uma arma: o voto. Infelizmente, a maioria dos brasileiros ainda não encara a possibilidade de escolha dos governantes como arma. 

Um elevadíssimo percentual da população ignora o fato de que este foi um direito adquirido sob muita luta e mesmo sangue de centenas de brasileiros. 
Há, ainda, os que brincam com o mesmo escolhendo “representantes” como Tiririca. Justo ele que foi eleito com o bordão: “Pior que tá, não fica”. Este ano, o paulista tem mais um nome “que promete” no casting de candidatos.

Trata-se do ator pornô, Kid Bengala. Por óbvio não vai faltar mensagem de sentido ambíguo aludindo ao tamanho da sua “ferramenta de trabalho”. O que mais me apavora não é nem o fato do indivíduo se candidatar. 
Fico em pânico pela tenebrosa expectativa de que ele terá votos e, pior, poderá ser uma margem expressiva que dará direito a que seu partido some mais duas ou três cadeiras na Assembleia Legislativa do Estado mais importante da federação.

Em meio à balbúrdia que se instala, cabe a nós, eleitores, cidadãos de bem, a árdua missão de ler muito, comparar, investigar o currículo, saber quem integra a equipe de trabalho ou os ‘apoiadores’ que estão no poder.

A palavra “mudança” tem frustrado, e muito, as expectativas por aí. Nas eleições de 2012, foi o mote que embalou todas as campanhas que conseguiram a maioria dos votos válidos. Considerando uma realidade mais próxima, basta ponderar os resultados das eleições nas sete cidades da Aglomeração Urbana de Jundiaí. Passados 19 meses dos novos governos, a insatisfação é ampla, geral e irrestrita. 

Por hora, há um contentamento apenas em Itupeva o qual tem grande potencial de não se sustentar, uma vez que foi “meteórico demais” em um espaço de tempo muito curto.
Para as eleições deste ano, talvez o eleitorado veja com mais cautela a questão do quanto se quer mudar. 

Afinal, as mudanças acontecem, de fato, mas nem sempre para melhor. Logo, conjecturo que talvez a palavra de ordem deve ser “renovação”. Não sei se necessariamente de nomes, mas de modo. 

De acordo com o Priberam, dicionário online, renovar significa tornar novo, melhorar, consertar, trazer novamente à lembrança, excitar de novo, entre outros significados.
Uma renovação prioritária talvez não esteja tanto no modo de ação dos candidatos mas, sim, no comportamento dos eleitores. Todos sairemos ganhando se entendermos ir à urna, não é o fim de um processo, mas apenas parte do exercício da cidadania. Assim, os aventureiros terão mais canseira e menos chance.


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