Não odeio a Dilma. Só tenho orgulho por não ter votado nela


Esta senhora que ocupa o mais alto posto do comando da Nação está pagando o pato por uma leviandade que não é dela. Não gosto das suas teorias econômicas. A grosso modo, ela está entre aqueles que parecem condenar quem acumula riquezas.

Ela tem um discurso que sacraliza o coitadismo e, embora pareça valorizar o trabalhismo, me passa a sensação de que 
o valor do trabalho está diretamente ligado a quanto o trabalhador deve reforçar a dependência do Estado e, não, a ser autônomo.

Ainda que eu abomine as ideologias da presidente (presidenta não admito), ela é, para mim, apenas uma oportunista (definição sequestrada de Brizola) que bebeu na onda do populismo de Lula e teve a bebida doce no paladar, mas amarga no ventre.
Dilma nunca vai confessar, mas ela deve se arrepender de ter permanecido sujeita aos caprichos do Lula. Isso não quer dizer que os caprichos exclusivamente dela seriam melhores, mas ao menos seriam dela.

Dilma herdou um pacotão de gente tosca que teve de manter por causa do Moluscão. Ficou dando cabeçada para compor o primeiro escalão por pelo menos 20 meses de chefia.

Também acho que ela ainda não cruzou a página do século 21. Permanece lá nas ações do movimento contra a ditadura. Continua pensando o mundo como apenas vermelho e azul, divide os grupos em "nós" e "eles", onde os primeiros são apenas os petistas, petralhas e todos que a eles se associam e deles dependem. Já o "eles" são todos os que não pensam, nem agem igual, que não nutrem dependência estatal e contra ela trabalham.

Mesmo sendo tão retrógrada, não odeio dona Dilma. Vejo que agora ela está pagando o pato pela antipatia que o PT conseguiu gerar contra si.
Passaram 12 anos demonizando ao PSDB e, vejam só, os efeitos colaterais também atingiram a legenda petralhista.

Dilma está como o pára-raio que catalisa todo o enfado de parte da sociedade. Ela está recebendo por tabela a repulsa a Dirceu, Delúbio, Genoíno, Palocci, Valério e tantos outros.

Contida nas palavras e mais mau humorada que o Moluscão, não teve coragem de chamar os parceiros de "aloprados". Ficou sempre na defensiva de dizer que, como presidente, não poderia questionar as sentenças do STF aos condenados do mensalão. Resultado: paga o preço por não se dissociar.

Talvez não o tenha feito porque realmente acredita na inocência dos parceiros. Por ser leal, ao menos aos semelhantes, não teria coragem de teatralizar uma desaprovação.

Agora, como figura mais importante, embora não mais influente, se torna o símbolo de um agonizante ocaso de uma era.

Chego a imaginar que ela até teve boa vontade para ser uma estadista, mas ficou só na vontade. Faltou humildade, tato no trato com os que não pensam igual. Dilma achou que bastaria fazer tromba e fuzilar pelo olhar que todos estremeceriam. Errou.

Por falta de clareza na visão, achou que defender seu partido, seria o mesmo que promover seu governo. E também imagina que se defende o governo, preserva seu partido. Nem uma coisa, nem outra.

Quando os dissidentes começaram o "volta lula", ela disse que era tentativa de alguém em abalar a amizade com Lula.
Não seria honesto deixar a amizade de lado, mas a subserviência não agregou nada nem a ela nem ao Brasil.

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