Criticar é necessário, mas que seja com consciência

Este post foi editado em função de alguns desdobramentos da política em Itatiba que acompanho por meio do "Itatiba precisa de que????", um grupo no Facebook.
A participação popular nos questionamentos, críticas e proposituras são muito importantes para a consolidação da democracia. A bem da verdade, ainda somos uma população que está descobrindo como usar os recursos tecnológicos para apresentar nossas demandas. 

Pela falta de maturidade política, inconstância ideológica, desinformação de questões elementares sobre a gestão pública, as pessoas adotam discursos tais como:

1) 'Não gosto deste governo, queria o outro. Logo, nada do que eles façam terá meu reconhecimento, ainda que seja bom.'

2) 'Amo este governo. São lindos, empregaram meus parentes e amigos. Qualquer coisa que eles fizerem, mesmo que seja ruim, eu vou aplaudir porque eles são lindos!'.

3) 'Pra mim tanto faz, não ganho nada com isso.'

4) 'Vou reconhecer o que é importante, mas vou fazer saber minha insatisfação com os serviços e políticas públicas quando entender que contraria meus valores.'

Obviamente que os pensamentos 1 e 2 não são verbalizados com uso de megafone. Geralmente é dito apenas mentalmente, pois não são discursos politicamente corretos. O pensamento de número 3 é o de gente inútil para a população e utilíssima para os governantes de má fé. Isso em Itatiba, Jundiaí, Várzea, Natal, Londrina, Sinop qualquer buraco que atenda por nome de Brasil. 
Já o discurso 4 não é adotado, pois as pessoas passam a ter medo de serem consideradas 'maria-vai-com-as-outras'. 

Pois bem. Isso posto, o Atlas do Desenvolvimento Humano apresentou dados interessantes acerca de Itatiba.
O IDHM itatibense passou de 0,705 em 2000 para 0,778 em 2010 - uma taxa de crescimento de 10,35%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 24,75% entre 2000 e 2010. O IDHM na cidade teve pouca diferença da média do estado de São Paulo, que foi de 0,783, e ficou acima da média do País (0,727). No ranking do Atlas Brasil, Itatiba ocupa a 145ª posição, em 2010, em relação aos 5.565 municípios do Brasil. Em relação aos 645 outros municípios de São Paulo, Itatiba ocupa a 75ª posição. Entre os 19 municípios da RMC, a cidade está na 11ª posição.

Salvo engano, não vi ninguém argumentar sobre este levantamento. Obviamente que em função do período, o atual prefeito, Fattori, não pode reivindicar exclusivamente para si o mérito dos êxitos tal qual fez uma certa gestora do atual governo jundiaiense. Se houve algum crescimento, isso é resultado de investimentos sucessivos. Com erros e acertos que são registros inerentes a qualquer atividade.

Embora nunca comente as postagens, sempre visito a página [Itatiba precisa de que?] para saber um pouco do que está ocorrendo na cidade. Nunca residi em Itatiba, mas o faria a qualquer momento se assim precisasse. Nestas visitas à pagina supra citada, percebo que existe mais disposição para o ataque do que para o reconhecimento ou mesmo propositura de algo. 

Numa observação sem muito vagar, percebe-se que a insatisfação dos cidadãos cuja expressão do voto não foi contemplada com o prefeito Fattori parece mais a insatisfação pela insatisfação e, não, a insatisfação pela vontade de ver melhorar, de contribuir pelo progresso. O pensamento secreto que parece rolar é: 'Como não é quem eu queria, só vou aloprar!'.

Bem, isso é um direito que assiste a todos. Desde que os ataques não firam a imagem e a honra de ninguém, fale-se em profusão. Posso também estar equivocado, mas o grupo político que tem mais bala na agulha é o do ex-prefeito Fumach. Se for observada a trajetória numérica do seu grupo, não se pode presumir que ele foi a unanimidade que alguns talvez queiram apresentar.

Quando eleito em 2000, sua votação foi expressiva: 22.915 votos, o que corresponderam a 59,76% dos votos válidos. Na rua reeleição, a queda percentual foi considerável: 29,85% dos votos válidos que, em 2004, totalizaram 13.685 eleitores. Mesmo assim, ele teve uma segunda oportunidade para continuar seu trabalho. Ok.

Em 2008, o sucessor "natural" de Fumach, João Batista Chaves, que veio com a chancela do PMDB (partido pelo qual o prefeito havia disputado os dois pleitos anteriores), conseguiu apenas 9,89% dos votos válidos, que corresponderam ao terceiro lugar na disputa. Enquanto isso, Fattori, ganha a sua primeira eleição com 48,93% dos votos válidos o que correspondeu a 24.565 itatibenses credenciando-o a mostrar porquê queria ser prefeito.

Quatro anos depois, a grande avaliação seria feita, soberanamente, pelo povo nas urnas. Quer os membros da oposição ao atual governo municipal gostem, ou não, reconheçam ou não, a reeleição de Fattori foi endossada por nada menos que 59,30%, ou seja, 10,37% a mais que o percentual atingido para o primeiro mandato. Foram 32.145 eleitores dizendo que ele podia continuar, enquanto apenas 12.795 (23,60% dos votos válidos) endossaram um eventual retorno de Fumach.

Ora, se Fumach era a maravilha que vendia (vende) ser, quando da sua reeleição em 2004, o percentual de eleitores deveria ter aumentado como aconteceu com seu principal oponente. Não, caído em 30%! Se a vontade do povo é soberana, quando a maioria já mudou de posição quando da reeleição e não consentiu com o retorno agora, alguma coisa não está regular no meio disso tudo.

Semana passada, houve toda confusão na sessão da Câmara envolvendo agressões a manifestantes, acusações de abuso de autoridade por parte dos GMs etc. No meio disso tudo, alguém disse que não se devia confiar no que estava publicado no Jornal de Itatiba (JI), rotulado como 'comprado' pelo governo municipal e que a 'verdade' estaria no jornal Bom Dia (BD). 

Ora, se o que está no JI não deve ser crido por, supostamente, ser discurso "oficial" da prefeitura, o que está no BD, é discurso oficial do Fumach. Ou é preciso desenhar que o BD surgiu na cidade apenas como veículo para contrapor o governo municipal? Parece-me uma argumentação ingênua em demasia acreditar que a isenção, tal qual um espírito de luz, de repente, tomou conta de um, e o partidarismo editorial, como um demônio, se apropriou de outro.

 
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