Veículos de comunicação e imparcialidade


Ao ser anunciada a entrada em circulação de mais um periódico em Campo Limpo Paulista, "Nosso Jornal", um dos interlocutores no Grupo Debate ponderou: "Espero um jornal imparcial".
Como jornalista vacinado contra a farsa da "imparcialidade", vendida nas universidades e praticada de modo escamoteado pela imprensa em geral, que seja um jornal capaz de se manter sem se curvar.

Os Estados Unidos, que compõem apenas a maior nação democrática do mundo, respeitam os veículos têm cor e credo. Posicionam-se como republicanos ou democratas e nem por isso deixam de difundir ideias.

No Brasil, entende-se como "imparcialidade" ir na rua falar de um buraco aberto a duas semanas e no mesmo texto colocar a opinião também do "dono do buraco". Isso, na prática, não é imparcialidade, é apenas fazer de conta que deu voz e vez a quem está sendo cobrado.

O professor e jornalista Felipe Schadt, emendou: "Concordo como Emanuel. Imparcialidade na comunicação? Sinto muito, mas não existe. Comunicação é legitimação de poder e o poder, por sua vez é sempre parcial. Porém acho que um novo jornal será bem-vindo à cidade. Desejo boa sorte."

O articulista David DeLira, como autor da postagem que fomentou a discussão arrazoou: "Comunicação é legitimação do poder, amigo Felipe Schadt? Sinceramente não entendi! Não existe veiculação da verdade? Sempre tem atrelamento aos poderes? Só estou tentando entender."

A isso ponderei que o professor Schadt apenas está dizendo que qualquer publicação faz o empoderamento de seus autores e, respeitadas as proporções, dos leitores que comungam das mesmas ideias. Ou seja, a partir do momento que estou veiculando um questionamento, nem precisa ser uma afirmação, há, sim, a "legitimação de poder".

Para alguns é temerário que "outros poderes" se expressem. Na verdade, eles existem ainda que não estejam estampados nas novas mídias e veículos tradicionais de comunicação. Há quem queira reinar absoluto. Onde ninguém contesta. Ninguém pergunta. O mundo perfeito, para os atrasados, é onde todos concordam. Felizmente, para agonia de quem só quer aplauso, os mecanismos de expressão se multiplicaram.

As redes sociais integram apenas um destes recursos de manifestação popular. Infelizmente, atinge um percentual ínfimo da população. Por isso, a relevância de mais veículos impressos que surjam com a intenção de mostrar o que querem esconder, perguntar o que não querem responder é importante, mas, continua sendo a "legitimação de poder" de mais um grupo, ou grupos, pessoa ou várias pessoas.

Não há nisso, crime algum. No meio do caminho, será necessário, ou obrigatório, (dependerá da gravidade das informações) veicular os discursos dos outros poderes. Enfim, temos a possibilidade de mais um aprendizado. Quem sabe tenhamos o 4º poder, de direito e de fato, ganhando expressão na cidade.

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