PT de Campo Limpo apoia Geada e vira alvo de ataque

Pela primeira vez na história, o Partido dos Trabalhadores (PT) de Campo Limpo Paulista interrompeu o ciclo de ignorância e, ao invés de votar sozinho para definir a presidência da Câmara de Vereadores, votou pela eleição do vereador Flávio Cardoso de Moraes, o Geada. 

O porta-voz do voto foi o vereador José Riberto da Silva. Por 6 a quatro, maioria absoluta, a definição da presidência marca um novo tempo no exercício do poder Legislativo.
Como não poderia deixar de ser, o lado vencido saiu atacando ao PT pela definição da mesa. Em argumentação falaciosa, chegam a acusar o atual presidente da legenda, Patrício Barreto, dizendo que ele teria definido o apoio a Geada em troca de cargo na Câmara.

Nada pior do que gente mentirosa, alienada e interesseira falando aos borbotões. Ao contrário do que afirmam os opositores, Barreto passa a desempenhar funções de assessor parlamentar do vereador Riberto e, não, como servidor da Casa de Leis.

A falta de pudores naquilo que chamam de manifestação de opinião promove ações que são, no mínimo, jocosas dada a boçalidade de argumentação. Primeiro, não entenderam ainda que o Geada foi eleito pelo PV que fez mais um vereador, o Jura.

Segundo, erram nas contas de que o PSDB fez apenas uma cadeira. Terceiro, ignoram que o ex-prefeito Armando Hashimoto nada fez para consolidar o nome de Geada como presidente. Ainda bem.

Numa expressão de espírito desequilibrado, colocam-se a atacar ao PT e seus membros. Mantenho minha resistência à legenda, especialmente pelo seu histórico no governo federal. Entretanto, houve no episódio não um "escândalo" ou "bomba" como querem definir alguns apedeutas. O que ocorreu foi, sim, a vitória da honra.

A mesa, desta vez, foi composta sem conchavos, sem lavagem de mãos, sem envelopinhos secretos, sem negociatas. Nem mesmo o vereador Jorge Mello considerava sua inclusão como segundo secretário. Justo ele que foi jogado na fogueira em lugar de Rogério Borges (PPL) quando esse percebeu que o plano para chegar à presidência da Câmara não seria consolidado.

Por que ninguém cita que o vereador Riberto deixou de votar nele mesmo para vice-presidente da casa e votou em favor do vereador José Carlos da Rosa, o Rosinha do ônibus, que é do PSDC?

Continuo rejeitando ao PT e suas pseudo-ideologias, entretanto, as pessoas não são o partido. Logo, o Riberto terá as pautas partidárias a defender ao longo dos seus quatro anos de mandato. O que ele fez, neste momento, foi votar pela consciência, com honestidade para assegurar a independência do Legislativo.

O prefeito eleito bradou em alto e bom som no discurso de posse que "não tem rabo preso" com nenhum político. Que bom. Também a diretoria eleita não tem rabo preso com o prefeito. Isso é a garantia da independência, harmonia e transparência entre os poderes. A isso chamamos democracia.

O que os derrotados na disputa pelo comando da Câmara vendem como inadmissível -a aliança entre PT e partidos de direita- parece ser "novidade", entretanto é tão velho quanto a roda. O que se dirá da aliança do PT com o PMDB? Normal? Graças a ela foi possível o projeto de poder do petismo.

Sem Michel Temer como vice de Dilma, o Lulinha "paiz-e-amor" não teria feito sua sucessora. Uma vez no trono, a "rainha" quis demarcar território, colocar Themer no "seu lugar". Sem dificuldade, o PMDB articulou uma campanha contrária e a guarda da toda-poderosa baixou. Uma coisa é boa: o PMDB de Campo Limpo, ao menos por hora, está num honroso lugar: fora da Câmara. No máximo, vai ficar pleiteando espaço no Executivo.

Ainda sobre alianças entre petistas e afins, as últimas pesquisas apontam que, cada vez mais, o eleitor brasileiro define seu voto por critérios "personalistas", ou seja, escolhe pessoas, não partidos. Meu anti-petismo se mantém, entretanto, o vereador Riberto deu voz a um plano para assegurar a independência entre os poderes sem, contudo, perder a harmonia. A balbúrdia provocada em torno do tema é coisa de desinformado e de gente que quer provocar tumulto.

Um clipping básico para ajudar os mais incaultos
1) PT e PSDB são parceiros nas eleições em 54 cidades de SPNa região de Ribeirão, tucanos e petistas estão unidos em 11 municípios

2) Inimigos nacionais, PT e PSDB estão juntos em 50 cidades de Minas Gerais

3) Candidatos únicos em 113 cidades aliam até PT e PSDB

 
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